
Um dos personagens mais amados pelos fãs dos games Resident Evil é, sem dúvida, o agente Leon S. Kennedy. Sua história é basicamente a de um real sobrevivente.

No primeiro game da série, Jill Valentine, uma agente da S.T.A.R.S., é enviada junto a sua equipe até as Montanhas Arklay, localizadas nos arredores de Raccoon City, para investigar possíveis incidentes com terríveis assassinatos. A equipe, porém, testemunha a morte de alguns parceiros e refugia-se para a Mansão Spencer. Ao investigar o local, descobrem túneis e passagens secretas que levam à um laboratório subterrâneo, onde vírus eram testados. O resto da história os fãs já sabem, não é?

Mas por que falar sobre Jill Valentine em um artigo sobre Leon Kennedy? Bem, é uma maneira importantíssima de se introduzir o que viria a ser uma grande inspiração para o filme Resident Evil 2: Apocalipse. Se vocês notarem a ligação do incidente em Raccoon City com Leon Kennedy e Jill Valentine, entenderão que ambos sobreviveram ao ataque na mesma cidade, em perspectivas diferentes. Esse detalhe deve ter influenciado o roteirista Paul W.S. Anderson e seus produtores a criarem uma história juntando os personagens. Mas como isso foi feito? É aqui que temos o ponto central.
Na época da divulgação antes do lançamento do segundo filme, uma campanha viral foi lançada e páginas de um jornal revelavam um ponto importante na introdução de uma das personagens principais: Jill Valentine. No artigo, citava que a policial - membro do S.T.A.R.S. - fora afastada de seu cargo por uma provável depressão após a perda de seu parceiro, Leon S. Kennedy. Isso mesmo, você leu certo! Nos filmes, Leon era parceiro de Jill na sua equipe. A policial afirmava ter visto mortos caminhando e, por isso, foi desacreditada de suas intenções.

Cena de introdução de Jill Valentine (Sienna Guillory) em Resident Evil: Apocalipse (clique para ampliar)
O jornal, porém, não foi apenas uma peça de uma campanha - que talvez não tivesse ligação com a história central dos filmes. Na cena de introdução de Valentine, jornais em sua parede são focados nitidamente, e contam com a mesma matéria citada na campanha de divulgação. Então, aquilo está mesmo presente nos filmes e não fez parte apenas do marketing.
Então, nos filmes Leon era mesmo parceiro de Jill - ao contrário dos games - antes dos acontecimentos de Raccoon City. Isso significa que, ao contrário dos games, o incidente não fez de Leon o sobrevivente que ele se tornaria hoje. Até por que "ele está morto"! Certo? Bom, errado aos olhos de Anderson.

O curioso, na questão, é que Leon menciona sempre conhecer Ada Wong, uma espiã que também trabalha para Wesker (assim como nos games), mas não mostra empatia alguma ao ver Jill Valentine, o mesmo acontece com ela ao vê-lo. Isso significa que os produtores decidiram apenas esquecer o que contaram em Resident Evil: Apocalipse e seguir uma história diferente, ou Leon foi dado como morto erroneamente e os parceiros apenas não se lembraram um do outro?
Este foi mais um grande furo na história de Paul W.S. Anderson? Saberemos apenas com o lançamento do último filme da franquia, programado para 2016. A grande questão é saber como o criador da franquia nos cinemas vai lidar com esta história. Ele pode apenas esquecer esse fato ou adicionar esse elemento dramático no filme, para responder - ou não - a muitas dúvidas que ainda pairam no ar.