17 de dezembro de 2016

Revista americana explica o grande sucesso de Resident Evil nos cinemas


Logo após eleger o The Walking Dead como a pior série do ano, a revista Variety publicou um novo artigo sobre algo relacionado aos mortos-vivos no entretenimento. Desta vez, os editores falam sobre a importância dos filmes Resident Evil e de como eles se tornaram um ícone mundial, ultrapassando até o alcance dos games que originaram a franquia. Confira:

Em retrospectiva, o lançamento do subgênero do filme baseado em videogames com uma comédia sombria sobre encanadores italianos americanos provavelmente não foi uma ótima idéia. O desastroso "Super Mario Bros.", que mal se assemelhava a sua fonte da Nintendo, quase acabou com o sucesso do jogo de 1993. Desde então, os flops superaram os hits, o que torna o sucesso surpreendente da franquia "Resident Evil" algo muito mais significativo.

"Ele surgiu a partir de um grande jogo", diz Clint Culpepper, presidente da Screen Gems. "No momento em que nos envolvemos com o primeiro filme, ele já havia vendido números fenomenais. Isso foi antes das pessoas começarem a perceber o quão grande os games se tornariam".

Para evitar os problemas que atormentavam tantas outras adaptações de videogames, a Screen Gems fez bem sua lição de casa. "Nossa pesquisa constatou o que os jogadores queriam", diz Culpepper. "Nós estudamos como eles queriam que o filme seguisse, como eles queriam que ele crescesse. Os jogadores são ansiosos e eles adoraram a ideia de que alguém levaria 'Resident Evil' para as telonas."

Culpepper dá os devidos créditos ao produtor e diretor Paul W.S. Anderson como a chave para o sucesso dos filmes. "Paul é tudo para esta série", diz Culpepper. "Ele é o padrinho de toda a franquia, junto com o produtor Jeremy Bolt."

Jamie Russell, autor da "Generation Xbox: How Videogames Invaded Hollywood", concorda.

"Anderson foi uma das primeiras pessoas na indústria a perceber que os jogos eram tão válidos como romances ou quadrinhos como propriedades intelectuais para serem adaptados para o cinema", afirma Russell. "Ele é um dos garotos Atari, que cresceu jogando Space Invaders, Asteroids e Pac-Man, da mesma maneira que as gerações anteriores cresceram com Superman e Dick Tracy".

De acordo com Russell, a maior conquista de Anderson está na criação de adaptações de videogame que atendem a um público mais amplo do que apenas os jogadores. "Ele não segue à risca a série de jogos", comenta Russell. "Na verdade, os filmes 'Resident Evil' se tornaram uma marca única e independente dos jogos."

Enquanto que adaptações de games como "Doom", "Hitman" e "Max Payne" focavam em heróis do sexo masculino com resultados médios, a franquia "Resident Evil" seguiu um rumo diferente.

"Nossa pesquisa mostrou que as pessoas gostam de ver mulheres em filmes de ação", diz Culpepper. "E Milla Jovovich é uma estrela de ação. Você pode ver isso na Comic Con."

Ainda assim, demorou muito para que o público fosse convencido. "Acredito que ninguém havia percebido o quanto Milla era tão atlética ou tão boa como ela era, até ela começar a fazer algumas acrobacias", diz Culpepper. "Daquele ponto em diante, a série cresceu tanto quanto sua capacidade de interpretar a personagem Alice."

Gladys L. Knight, autora do livro "Female Action Heroes: A Guide to Women in Comics, Video Games, Film and Television", Alice é um dos elementos mais importantes da série.

"Alice é parte de uma onda significativa de novas heroínas de ação, que surgiram durante o final do século XX", diz Knight. "Ela e suas colegas representam uma grande mudança nos papéis das mulheres dentro do gênero de filmes de ação".

Nenhuma discussão sobre filmes baseados em videogames com mulheres protagonistas é completa se não mencionarmos Lara Croft: Tomb Raider, que foi lançado 10 meses antes de "Resident Evil: o hóspede maldito". Estrelando Angelina Jolie como a aventureira destemida, o filme e sua sequência aumentam a representatividade de heroínas da ação femininas. Mas Knight acredita que Alice de Jovovich é igualmente importante.

"Às vezes, os filmes de Lara Croft tornam-se um pouco pesados ​​em sua apresentação de Lara como sendo mais forte do que seus colegas masculinos", diz Knight. "Embora Alice seja forte e resistente, ela trabalha em uma equipe com seus colegas."

A diversidade é outra área a qual Culpepper acredita ter ajudado a série bater suas probabilidades. Assim como a franquia "Velozes e Furiosos", os filmes "Resident Evil" apresentam um elenco etnicamente diversificado, incluindo Michelle Rodriguez, Oded Fehr e Li Bingbing.

"Nós atraímos um público muito misto", comenta Culpepper. "Você anda um quarteirão no centro de qualquer cidade grande, e a porcentagem de pessoas diversas que você vê na rua é praticamente a mesma das nossas pesquisas de abertura de fim de semana."

No entanto, com seis filmes lançados por 14 anos, como a série durou tanto tempo?

Culpepper atribui sua longevidade a uma palavra: "Zumbis. Existe um tipo de fascínio na nossa cultura com zumbis." Ele credita "The Walking Dead" como um dos principais elementos que ajudam a manter o interesse dos fãs.

Isso significa que uma série de televisão baseada em "Resident Evil" pode acontecer no futuro? "Nosso departamento de TV está digerindo isso", diz Culpepper. "Eles querem."

Enquanto isso, a Sony anunciou que a Screen Gems distribuiria a adaptação cinematográfica do premiado videogame "The Last of Us", uma aventura pós-apocalíptica enfrentando sobreviventes contra grupos de criaturas carnívoras.

"Será um grande, grande filme," comenta Culpepper. "Nós estamos procurando muito do game para desenvolvê-lo".

O último filme da franquia, "Resident Evil: o Capítulo Final", estreia no dia 23 de dezembro no Japão e 27 de janeiro de 2017 no resto do mundo. No Brasil, a estreia está marcada para o dia 26 de janeiro de 2017.
Curitibano, 21 anos. Administrador dos sites Cine 3D Brasil, Lara Croft Daily, Lorics Brasil e Resident Evil Space. Amante de filmes e literatura em geral.

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